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quinta-feira, 31 de março de 2011

Crônicas de Alzheimer





Passava a vida a recordar o passado. Hoje, nem minha casa reconheço. Tudo diferente. Meus filhos não reconheço mais, nem minha esposa. Que mal é esse que arrebata a minha memória? 


Vejo-me perdido! Não reconheço nada e nem minha face no espelho. Não sou este velho que se apresenta! Meu Deus! Que está acontecendo comigo? Quem são estas pessoas?


Só sei que esta casa não é minha e estes que se dizem filhos não são meus. Esta que diz ser esposa não é minha mulher! Quem é? Ou melhor: quem são estes? Passo a clamar por uma resposta: quem sou? Que dia é hoje? Em que ano estou vivendo? Por que tomo remédios?


Não sei, devo estar doente! Boa pergunta, mas que mal é este que trai a minha memória? Estas pessoas estranhas, com sorrisos meramente falsos... Na realidade, onde estou? Preciso de ajuda, vejo-me andando pra lá e pra cá. 


Agora encontro-me em uma casa que chamam de repouso. Cheia de gente igual a mim, segurando uma bengala ou em cadeiras de rodas. Ou em cima de uma cama, quase mortas. Por que vim parar aqui? Onde estão aqueles que diziam que me amavam?





























Imagem estriada do google


Visite um idoso! 
Ele pode ser você amanhã!

2 comentários:

  1. É MUITO TRISTE ESSA DOENÇA !

    POIS O QUE É O HOMEM SEM INDENTIDADE?
    ESSA DOENÇA,NÃO SOMENTE MATA A ALMA,
    COMO TAMBÉM O CORPO.
    QUE DEUS AJUDE A CIÊNCIA,Á DESCOBRIR A CURA,
    PARA ESSE TÃO TERRÍVEL MAL

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  2. Ciao, caro mio.
    Fiquei eu aqui a tentar imaginar as sensações que carregam a alma daqueles que enfrentam esse "drama" e confesso que não sei dizer o que deve ser a pele sem a memória. Sou plena de lembranças, as mais recentes e as mais distantes, então é obvio dizer que sem elas eu seria um envólucro sem sentido.
    bacio mio

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